Apresentamos aqui as linhas de pesquisa do Programa, incluindo os nomes dos responsáveis pela sua coordenação e seus docentes, em ordem alfabética internacional (nome de família).

Linha 1
Ecologia social, comunidades e sustentabilidade

Equipe
Frederico Augusto Tavares Junior
Gustavo Carvalhaes Xavier Martins Pontual Machado
Gustavo Mendes de Melo
Lucimara Rett
Márcia Cabral da Costa
Marta de Azevedo Irving
Patricia Cecilia Burrowes
Ricardo Lopes Correia
Samira Lima da Costa

A linha de pesquisa Ecologia Social, Comunidades e Sustentabilidade incide sobre reflexões interdisciplinares inspiradas nas perspectivas da Psicossociologia e da Ecologia Social, com contribuições do campo emergente das disciplinas que compõem as Humanidades Ambientais. Também relacionada com processos grupais e de comunicação, a linha aborda dilemas contemporâneos nas interfaces sócio-ambientais que, ancorados nas relações entre sociedade, cultura e natureza, transcendem as oposições que estas sugerem. Nessa linha, são pensadas e ressignificadas questões de desenvolvimento e compromissos de sustentabilidade, segundo perspectivas de inclusão social, dinâmicas culturais e construção de cidadania, pensando a ecologia como composição de subjetividades. Com este enfoque orientador, ancorado nas dinâmicas sócio-ambientais e comunicativas que se estabelecem no âmbito de comunidades e nas dinâmicas da sociedade como um todo, busca-se tanto interpretar as subjetividades envolvidas na leitura de natureza como transformá-las. Isso, a partir de imaginários, identidades e visões de mundo, considerando-se as dinâmicas locais, as relações local-global e políticas públicas.

As reflexões dessa linha envolvem o debate crítico sobre interdisciplinaridade como via contemporânea para a produção de conhecimento, reconhecendo-se a crise civilizatória e a necessidade de construção de caminhos para o seu enfrentamento. A linha desenvolve pesquisas sobre imaginários e conflitos na relação sociedade-natureza, construções pós-catástrofes, ecofeminismo, experiências de mundos comuns na transição ecológica, consumo e marketing ambiental. Relativamente ao campos da sustentabilidade, orienta pesquisas sobre responsabilidade sócio-ambiental; inclusão social; turismo e cultura; educação; e comunicação. No que tange às políticas públicas, que articulam-se aos temas anteriores, orienta-se em estudos sobre desenvolvimento local; gestão sócio-ambiental participativa e conflitos socioambientais; governança; biodiversidade; além de outros temas conexos.

A linha adota como inspiração a epistemologia da complexidade de orientação fenomenológica, assim como epistemologias críticas contemporâneas. Do ponto de vista metodológico, privilegia pesquisas qualitativas de intervenção e de pesquisa engajada comunitária, análises de discursos e práticas de avaliação do ambiente, além da etnografia. Adota ainda técnicas e estratégias participativas e o desenvolvimento de tecnologias sociais.

Linha 2
Psicossociologia crítica, comunidades e redes

Equipe
Beatriz Akemi Takeiti
Carolina Rebellato
Claudia Reinoso Araújo de Carvalho
Maria de Fátima Lima Santos
Mariana de Castro Moreira

Monica Machado Cardoso
Mohammed Elhajji

A linha de pesquisa Psicossociologia Crítica, Comunidades e Redes visa compreender processos psicossociais de construção de conhecimentos e práticas de grupos e comunidades, mediados por redes informais, formais e sociotécnicas, e neles intervir. De natureza interdisciplinar e orientada para a compreensão de culturas comunitárias, ancorada na área de Processos Grupais e de Comunicação, a linha tece conhecimentos filosóficos, históricos, antropológicos e pedagógicos com abordagens psicossociológicas a respeito de dinâmicas, notadamente discursos e narrativas comunitárias.

As pesquisas que integram essa linha focam em sociabilidades e políticas que emergem do cotidiano contemporâneo, em estudos de mediações discursivas globais e locais, além de problemáticas multiculturais como a memória social, as ocupações e os deslocamentos, as exclusões sociais e os direitos humanos de gerações humanas (adolescência, juventude etc.) e populações específicas (migrantes, comunidades tradicionais etc.) no contemporâneo. Exploram ainda questões de identidade comunitária em campos do vivido (trabalho, saúde, educação, etc.), sua constituição (gênero, raça/etnia, gerações, condição socioeconômica, etc.) e seus modos de manifestação cultural e política.

A linha adota epistemologias críticas fundadas na cultura e na comunicação, nas quais se interpenetram a esfera subjetiva, o espaço público do sistema sócio-político-econômico e as mediações psicossociais que possibilitam a intersubjetividade. Do ponto de vista metodológico, privilegia métodos, técnicas e estratégias de estudos de predominância qualitativa e discursiva como a etnografia presencial e virtual, análises lógico-argumentativas e retóricas de redes multimidiáticas, história oral, estudos de caso quali-quanti, processos de pesquisa-ação e outras metodologias participativas e colaborativas.

Linha 3
Psicossociologia da saúde e comunidades

Equipe
Arthur Arruda Leal Ferreira
Emerson Elias Merhy
Helvo Slomp Junior
Karla Santa Cruz Coelho
Kathleen Teresa da Cruz
Márcia Regina Viana
Maria Paula Cerqueira Gomes
Nereida Lucia Palko dos Santos
Thiago Benedito Livramento Melicio

A linha de pesquisa Psicossociologia da Saúde e Comunidades visa compreender processos psicossociais de saúde e cuidado em práticas de grupos, comunidades e redes, através de interferências e compartilhamentos de experiências na produção de conhecimentos de si e do outro. Nesse sentido, articula inter e transdisciplinariamente processos de saúde humana e comunitária, incluindo as redes de cuidado, centrados nos sujeitos, contribuindo assim para uma Psicologia Social de Grupo e de Comunicação através da produção e desenvolvimento interior propiciado por trocas narrativas.

Nessa linha buscam-se transformações sociais a serem operadas em grupos e comunidades através de processos
de “fazer emergir” sociabilidades críticas, capazes de produzir reflexões desafiadoras e novas políticas de desenvolvimento psicossocial, de cuidado e de inserção consciente das subjetividades no cotidiano contemporâneo. As pesquisas nessa área exploram ainda a formação de coletivos de transformação interior (meditação, descoberta de si e do outro, interdependências entre natureza e cultura); comunitária (processos afirmativos de fortalecimento de identidades, por um lado, e de novos devires de subjetivacão e, por outro, institucional (agenciamento de produção de existências no trabalho sociocultural e educacional em saúde) e política (processos micropolíticos do cotidiano e de produção de redes vivas existenciais).

A linha trabalha com epistemologias críticas e pós-estruturalistas contemporâneas. Do ponto de vista metodológico, privilegia técnicas e estratégias próprios à antropologia como os métodos etnográficos e de observação de culturas integradas à natureza, das narrativas orais, assim como os filosóficos fundados nas críticas propiciadas pela genealogia, arqueologia e cartografia dos sentidos.

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